Projetos sustentáveis no AC, MT e RO trazem ganhos de até 10% para o agro

Projetos sustentáveis no AC, MT e RO trazem ganhos de até 10% para o agro
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Produtores rurais que preservam parte da propriedade são remunerados por créditos de carbono, recebem de 2% a 5% a mais pela saca do grão com certificação e acessam financiamento mais barato no banco
Projeto AHU, no município de Paranatinga (MT). Imagens: Carbonext
 
Mato Grosso, 14 de outubro de 2024 — Em tempos de pressão sobre os preços agrícolas, os produtores rurais do Mato Grosso e região têm uma nova oportunidade para melhorar sua rentabilidade e acessar crédito mais barato. A adoção de práticas sustentáveis e a preservação das áreas de reserva legal podem gerar ganhos de até 10% para agricultores e pecuaristas, segundo a Carbonext, empresa especializada no desenvolvimento de projetos de créditos de carbono.
Produtores rurais que preservam parte da propriedade já têm sido remunerados pelos créditos de carbono gerados, podendo receber de 2% a 5% a mais pela saca do grão com a certificação de que sua produção não está envolvida com desmatamento ilegal. Grandes compradores, como a Cargill, têm valorizado produtos com certificação ambiental dos produtores rurais, que têm ainda acesso a financiamento mais barato no banco e a oportunidade de colaborar com o combate às queimadas.
 
Benefícios econômicos e ambientais para os produtores
Um exemplo é o projeto AHU, no município de Paranatinga (MT) localizado bem na transição entre os biomas do Cerrado e da Amazônia – uma área que estaria vulnerável à exploração ilegal de madeira e a incêndios descontrolados sem a ação dos fazendeiros. Graças às brigadas de incêndio criadas pelo projeto, em conjunto com a Carbonext, no episódio mais recente de queimada, o fogo foi controlado em um único dia, queimando apenas 600 hectares dos 32 mil da área protegida.
 
“Manter uma parte da fazenda preservada nos protege contra o fogo e, ao mesmo tempo, aumenta nossos ganhos”, afirma João Vilela, proprietário da Fazenda Agrochapada e participante do projeto AHU. João ainda enfatiza os benefícios econômicos e ambientais de participar do projeto. “Estamos conseguindo melhorar a nossa renda com as práticas de preservação, e ainda contribuímos para a proteção da floresta”, explica.
 
João Vilela, proprietário da Fazenda Agrochapada e participante do projeto AHU. Imagens: Carbonext
A sustentabilidade também está abrindo portas para financiamentos mais vantajosos. Bancos e instituições financeiras oferecem linhas de crédito com condições especiais para quem adota práticas sustentáveis. Um exemplo é o Plano ABC+ (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), que incentiva projetos de carbono e agropecuária de baixa emissão no Brasil, disponibilizando crédito com taxas de juros mais baixas e prazos de pagamento mais longos.
 
ESG, pressões sobre o produtor rural e benefícios além da venda direta
Há também o fator ESG. Com o crescente interesse global em práticas ambientais, sociais e de governança, produtores que participam de projetos de créditos de carbono de fato estão acessando novas fontes de renda. As fazendas que implementam práticas de sequestro de carbono, como reflorestamento e integração lavoura-pecuária-floresta, já têm gerado créditos vendidos no mercado voluntário e, no futuro, também poderão vende-los no mercado regulado (imposto pelo Governo).
A Carbonext, responsável pela implementação de projetos como o AHU, tem atuado para ajudar produtores a aproveitarem essas oportunidades e atenderem às exigências do mercado internacional. A Lei Anti-Desmatamento da União Europeia, por exemplo, impõe uma nova camada de responsabilidade aos produtores que exportam para o mercado europeu, exigindo que provem que suas mercadorias não estão relacionadas ao desmatamento. Nesse cenário, a preservação e rastreabilidade proporcionadas por projetos como o AHU se tornam essenciais.
Segundo Gabriel Simões Buzzo, diretor de prospecção da Carbonext, os produtores que aderem a práticas sustentáveis estão melhor posicionados para prosperar em mercados mais exigentes: “A adoção de práticas de baixo carbono não é só uma resposta às novas regulamentações, mas também uma oportunidade para que os produtores acessem melhores condições de financiamento e ganhem visibilidade internacional. O mercado está disposto a remunerar aqueles que fazem a diferença”, afirma Gabriel.
 
Impacto positivo no clima, na comunidade e na biodiversidade
O Projeto AHU, ao longo de seus 30 anos, evitará o desmatamento de mais de 9 mil hectares de florestas e reduzirá emissões de gases de efeito estufa em cerca de 1,1 milhão de toneladas de CO2. Além disso, o projeto inclui programas voltados para o desenvolvimento comunitário, com foco na geração de renda para mulheres, melhorias no conforto térmico e na saúde das famílias envolvidas, e iniciativas de educação.
No aspecto da biodiversidade, o projeto busca reduzir os impactos das atividades humanas e fortalecer as ações de restauração da fazenda, garantindo que áreas antes degradadas voltem a prosperar.

 
Sobre a Carbonext
A Carbonext (https://www.carbonext.com.br/) é uma empresa brasileira que desenvolve projetos de créditos de carbono para preservar áreas de floresta nativa, apoiar a sustentabilidade no agronegócio e impulsionar a produtividade rural, garantindo benefícios para o clima, a economia e as comunidades locais.

jornalcristao

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